O Centro de Estudos Interdisciplinares Lúrio, abreviadamente designado CEIL é uma unidade orgânica de Universidade Lúrio (UniLúrio) que tem por objecto, de entre vários elementos, a pesquisa interdisciplinar nas áreas de saúde, medicina, medicina dentária, farmácia, optometria, enfermagem, nutrição, agrárias, veterinária, biologia, biotecnologia, informática, ambiente, engenharias; assim como a prestação de serviços de apoio laboratorial às produções agrárias, piscícolas e alimentares.

Por outro lado, o CEIL tem se concentrado na prestação de serviços de controlo HACCP e certificação de produtos agroalimentares; nos serviços de laboratório para apoio ao diagnóstico e controlo de qualidade de produtos alimentares e água, visando a melhoria da segurança alimentar; entre outros.

Actualmente, as  actividades do CEIL encontram-se focalizadas no Laboratório de Qualidade e Segurança Alimentar - O LQSA que é uma unidade de prestação de serviços laboratoriais para o sector alimentar, cumprindo não só os requisitos da NP EN ISO/IEC 17025, como também os requisitos de regulamentos aplicáveis, e desenvolve as suas actividades de forma autónoma e imparcial.

Olhando para esses e outros factores, o Departamento de Comunicação e Imagem (DCI), da UniLúrio, numa conversa com o Director daquele Centro, Eng. Ibraimo Chabite, procurou perceber o actual percurso (do Centro), assim como o olhar que se faz para o futuro.

Embarque connosco nesta breve entrevista e saiba um pouco mais sobre as dinâmicas do CEIL.

Departamento de Comunicação e Imagem (DCI): Pode nos falar da situação actual do CEIL?

Ibraimo Chabite (IC): O CEIL é um centro que está em constante crescimento em várias áreas, com enfoque nas actividades do Laboratório de Qualidade e Segurança Alimentar (LQSA) que tem vindo a registar maior fluxo de amostras e de clientes que procuram diferentes serviços prestados por este laboratório. E isto deve-se a Acreditação do laboratório pela IPAC que faz com que os clientes tenham maior confiança nas actividades que prestamos.

DCI: Quais as perspectivas de crescimentos para o ano 2019?

IC: Algumas perspectivas de crescimento para o ano 2019 já estão plasmadas nos Objectivos de Qualidade para o ano de 2019, que consiste em incrementar o  n.º de Clientes, quantidade e a qualidade das análises a efectuar. Mas também ampliação e apetrechamento do CEIL-LQSA.

DCI: Pode destacar os desafios enfrentados ao longo das actividades?

IC: Os desafios são enormes, sendo um dos principais a manutenção da acreditação e do laboratório, por causa da questão dos custos, formação/actualização constante do pessoal técnico, aquisição de reagentes e equipamentos.

DCI: Como analisa o ano 2018, juntamente com as actividades realizadas?

IC: O ano de 2018 foi um ano muito complicado para o CEIL, porque o CEIL funciona com poucos funcionários, e no final do ano de 2017 mudou-se uma funcionária e nos princípios do ano 2018 outra saiu, para continuar com os estudos e todas estas desempenhavam um papel muito importante porque ocupavam lugares chaves no sistema de gestão de qualidade e para adaptar outros funcionários nesta locais em pouco tempo foi um desafio. Embora estes constrangimentos, o desempenho foi bom tendo se realizado acima de 80% das actividades que tinham sido programadas.

DCI: Pode nos falar de projectos que estão a decorrer no CEIL?

IC: O CEIL está a realizar diferentes projectos com parceiros de cooperação destacando-se:

• Acreditação de parâmetros de Micotoxinas-Aflatoxina no LQSA - Este projecto realiza com a Norges Vel uma ONG norueguesa,
• Controle de Aflatoxina na Cadeia de Valor de Amendoim na Provincia de Cabo Delgado em Nampula - Este esta inserido no âmbito do projecto de Amendoim Caju e Negócios (AMCANE) com a HELVETAS e AGA KHAN

DCI: Como está a componente pesquisa no CEIL?

IC: O CEIL é um centro de pesquisa de excelência. Realiza várias pesquisas internamente, com parceiros e também com estudantes. O Departamento de Projecto e Pesquisa do CEIL é que coordena as pesquisas e as publicações dos artigos. Neste momento o volume de pesquisa aumentou e existem vários projectos e pesquisas preparadas à espera de financiamentos e parceiros de execução. Outros projectos já foram submetidos a concursos de financiamento e estamos a espera do resultado.

DCI: Pode nos falar da mobilidade dos pesquisadores do CEIL?

IC: O CEIL por ser um centro interdisciplinar ele pode receber pesquisadores de diferentes áreas, incluindo áreas sociais. A mobilidade interna tem acontecido de um para um outro departamento e do CEIL para outras unidades orgânicas e vice-versa. E para a parte externa pode ser de uma instituição do estado para o CEIL e vice-versa. Mas também acontecem mobilidades temporárias que podem ocorrer entre os pesquisadores do CEIL e os parceiros de cooperação.

DCI: Há uma componente existente na UniLúrio que tem a ver com a extensão. Como está esta actividade no CEIL?

IC: O CEIL até este momento ainda não está inserido no programa de extensão da UniLúrio, mas está a desenhar alguns projectos para que isso aconteça.

DCI: Há parcerias estratégicas firmadas com empresas, ONG’s de forma a consolidar as actividades desenvolvidas?

IC: Sim existem parceiras importantes que impulsionam as actividades do CEIL e destas podemos destacar a parceria com a DANIDA, PMA, Norges Vel, AMCANE, IKURU, UNIDO, etc.

DCI: Pontos fortes e pontos por fortalecer?

IC: Os pontos fortes são: a capacidade técnica, instalações e equipamentos, acreditação do LQSA. Os pontos a fortalecer são: a dependência financeira, sistema de manutenção de equipamentos e contratação de novos pesquisadores

Importa referir que o LQSA tem como missão realizar serviços analíticos com segurança, precisão e em tempo útil, visando à manutenção dos requisitos de qualidade de alimentos produzidos e consumidos em Moçambique. Para tal, a actividade do Laboratório abrange as seguintes áreas:

1. Ensaios Bacteriológicos em água, alimentos e Agro-alimentares;
2. Ensaios Físico-Químicos em água, alimentos e Agro-alimentares

O LQSA é um Laboratório de referência ao nível da região norte, em particular, e do país em geral, porquanto é um laboratório acreditado pelo Instituto Português de Acreditação – IPAC, constituindo assim uma mais-valia para os produtores que tencionam exportar os seus produtos para o mercado internacional.

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