FCS e FAPF debatem questões económicas em Jornadas Científicas
As Faculdades de Arquitectura e Planeamento Físico (FAPF) e a de Ciências de Saúde (FCS) acolheram, de 23 a 24 de Setembro corrente, secções de debates, inseridos das Jornadas científicas, realizadas no Campus de Marrere, numa altura em que as duas faculdades, pela primeira vez, juntam-se para organizar evento do género.
Como orador principal esteve o PCA da Bolsa de Valores de Moçambique, Salim Valá, que apresentou o tema "Promovendo a pesquisa científica multidisciplinar para o desenvolvimento comunitário sustentável", no qual procurou discutir em volta dos diversos problemas que, segundo ele, são factores "limitadores" do desenvolvimento do país.
Fazendo um olhar sobre as tendências da economia moçambicana, assim como para os desafios e soluções, Salim Valá propôs a necessidade de se redefinir estratégias para uma economia cada vez mais acelerada no país, potencializando sectores estratégicos, como a agricultura, para que todos cidadãos (Homens e Mulheres) possam ser actores activos na construção de uma economia sustentável. Aliás, tal perspectiva surge para, de certa forma, discutir o papel da mulher na economia moçambicana, depois de afirmar que "as melhores economias mundiais (organizadas) são de países onde as mulheres desempenham papeis cruciais" e são envolvidas em todo o processo de formação e construção de um país.
Discursando numa ocasião que apresentou o seu livro “Economia moçambicana numa encruzilhada”, Valá fez uma retrospectiva sobre a economia moçambicana, nos últimos cinco anos, podendo ainda debater o mercado de capitais, as politicas, o desenvolvimento territorial, como elementos que são intrínsecos para uma economia sustentável.
O PCA da BVM explicou, ainda que de forma passageira, em seu discurso, que a exploração dos recursos minerais não podem ser tidos como a chave para o desenvolvimento do país. Ou melhor, Valá explica que a exploração de recursos naturais, incluindo o gás, vai dinamizar a economia, mas que não será essa a solução para acabar com a pobreza.
Segundo Salim, olhando para os factores da globalização, os empresários moçambicanos precisam ter maior domínio de elementos ligados a poupança, investimentos, para que se tomem melhores decisões, apesar da desaceleração da taxa de crescimento económico que tem se verificado desde 2016. Mesmo com tais dificuldades enfrentadas pelo país, Valá olha para um Moçambique com um futuro risonho, com um considerável crescimento económico - que poderá ser fundamentado por um sistema financeiro mais diversificado e sustentável.