Com o foco virado para "Empreendedorismo social e inovação e o papel dos centros de desenvolvimento académico nas instituições do Ensino Superior (IES)", decorre, no Campus Universitário da UEM, em Maputo, a II conferencia Internacional "University, Development and Innovation" - um programa organizado pela UDI-Africa, em parceria com demais instituições, das quais se destaca-se a Universidade Lúrio (UniLúrio).

Fazendo uma resenha sobre o que é o projecto, João Amaro de Mattos, Vice Reitor de Desenvolvimento Internacional da Universidade Nova de Lisboa e coordenador Geral do Projecto UDI-Africa, fez uma visão resumida sobre os integrantes do projecto, o qual defende que tem como objectivo melhorar/desenvolver o ensino universitário, justificando o projecto como sendo um alicerce essencial para inserir, ao nível das universidades (em África), uma dinâmica que visa impactar significativamente o processo de ensino e aprendizagem.

"Projectos como este possam ser para uma cooperação mais interactiva e para um melhor crescimento das instituições que fazem parte do projecto" - explicou.

Por outro lado, o Embaixador da União Europeia, António Sanches, olha para programa como um caminho estratégico para fazer mudanças ao nível das universidades africanas, permitindo que as universidades possam partilhar experiências, mobilidade de docentes e estudante - com o objectivo central de melhorar o processo de ensino e aprendizagem, assim como para o reforço de capacidades das Instituições de Ensino Superior.

António Sanches mostrou-se satisfeito por ver resultados concretos e satisfatórios relactivamente ao projecto e fortifica a ideia de Moçambique ser um país estratégico para implementação de novos projectos, assim como alianças com as universidades, em particular a UniLúrio, no que se refere a novos intercâmbios e parcerias.

Convidado a fazer o discurso de abertura, o Reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Prof. Doutor Orlando Quilambo, defendeu que as diversas abordagens avançadas na conferência significam  uma vantagem para o desenvolvimento das IES, permitindo que os resultados [dos debates] sejam úteis para a definição de estratégicas, na área de gestão, inovação cientifica, empreendedorismo.

"Os resultados da conferência deverão concorrer para que o seio académico seja cada vez mais dinâmico e competitivo, garantido mais consistência para o alcance da excelência académica"  fortificou, realçando a pertinência de a conferência ter um impacto local para o melhoramento da vida dos moçambicanos.

Convidado a apresentar a comunicação principal, sobre "Os desafios da pesquisa me áfrica e o seu papel no desenvolvimento das universidades", o Prof. Doutor Patrício Langa, começou olhando para as universidades como resultados da sociedade, que defende ser actores/peças fundamentais para formatar e introduzir novas dinâmicas na sociedade. Tal perspectiva serve para justificar, de certa forma, a importância do ensino e/ou universidades no desenvolvimento das sociedades.

O Professor Patrício Langa foi mais longe para nos explicar como funciona o processo de construção de uma carreira académica, tendo destacado a necessidade de as universidades conseguirem garantir as suas maiores funções, destacando a pesquisa e o processo de ensino como sendo virtudes que devem ser garantidos/assegurados para um melhor aprimoramento, seja na produção de novo conhecimento, como também na capacitação de novas mentes que possam mudar as dinâmicas da sociedades.

"A universidade está sujeita as mudanças que define" - defende aquele Professor que acredita que um novo tipo de mundo/sociedade está emergindo: o novo mundo dominado pelas tecnologias e abrindo um mundo de novos fenómenos, como também de novas possibilidades.

Langa olha para a influência da tecnologia na vida das pessoas como sendo um processo "normal" - tal perspectiva pode ser aliada àquilo que são as novas dinâmicas sociais e para onde o mundo nos está a levar.

Mais adiante, o Professor que abre o ciclo de debates, fez uma radiografia sobre os papeis/caminhos estratégicos para o desenvolvimento académico, tendo destacado a necessidade de continuar a capacitar os estudantes para que tenham um melhor domínio do conhecimento, para fazer face às exigências sociais, evitando a replicação do conhecimento que é, nalgum momento, sustentado pela dependência existente das plataformas digitais para a recolha de informações.

"Precisamos revolucionar/melhorar a forma como ensinamos (leccionação), para evitar que os estudantes tenham capacidades limitadas pelo massivo uso, por exemplo do Google para recolha de Informação, o que de certa forma os faz apenas colectores de informações e não produtores" - concluiu.

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