UniLúrio abre ano académico no Campus de Marrere
Diversas personalidades, entre dirigentes, docentes, parceiros, colaboradores, estudantes e o público em geral, participaram, no passado dia 15 de Março, no Campus de Marre, da abertura do ano lectivo, ao nível das Faculdades de Ciências de Saúde (FCS), Arquitectura e Planeamento Físico (FAPF) e UniLúrio Business School (UBS), da Universidade Lúrio (UniLúrio).
O evento contou com a presença do Medico cardiologista e decano nas lides da medicina curativa em Moçambique, Professor Albertino Damasceno, que dirigiu a palestra intitulada “A transição para as doenças cronicas do mundo em Desenvolvimento e a Produtividade Laboral”, tendo discutido sobre a situação da saúde nos diferentes aspetos e a sua influência sobre a massa laboral.
Falando no acto de abertura, o Vice-Reitor para área Administrativa, da UniLúrio, Prof. Doutor Marcelino Liphola, fez a radiografia da Universidade, tendo mencionado as realizações, o desenvolvimento, bem como o nível de satisfação na perspectiva global, com o olhar assente no futuro. E mais, Liphola disse que a abertura do ano decorre numa altura em que Universidade continua empenhada na formação de quadros de qualidade científica, técnica e social.
O Vice – Reitor Administrativo disse ainda que ao longo dos treze anos de existência da UniLúrio, a mesma cresceu no ingresso de novos estudantes, docentes e técnicos administrativos e de cursos.
“Em 2016, estiveram inscritos nos diferentes cursos, 2.647 ingressos, em 2019 estão inscritos 4.400 estudantes. Quanto ao corpo docente, a UniLúrio contava com 265, em 2016, em 2019, o corpo docente é composto por 422 membros” – disse, acrescentando que, “em 2016, oferecemos 19 cursos, de Licenciatura e 5 de Mestrado. Este ano estamos a oferecer 37 cursos, sendo 22 de Licenciatura e 15 de Mestrado”.
Por outro lado, o Orador convidado, Albertino Damasceno, durante as abordagens, em torno do tema apresentado, fez menção a quatro estágios de doenças infecciosas no mundo, tendo feito uma breve comparação relativamente aos países em vias de desenvolvimento, com os países desenvolvidos. Tomando como referência o perfil adoptado pela América, Europa, Ásia e África, mencionou a América, China onde nota-se um decréscimo acentuado nas doenças infecciosas, devido as políticas anti-natalistas, o que faz com que a pirâmide etária seja invertida por haver mais idosos em relação aos jovens, em África, e sobretudo Moçambique onde as doenças que prevalecem são mais agravadas pelo vírus do HIV.
Damasceno disse que a melhoria da situação económica do mundo e das condições de vida mudou radicalmente o estilo de vida das pessoas, tendo sublinhado a urbanização crescente que trouxe o estresse, o sedentarismo e a subnutrição, embora tenha aumentado a esperança de vida.
Exemplificando, Damasceno explicou que na Europa 30% da população que é hipertensa tem o controlo da sua doença, enquanto em África menos de 20% da população mede a sua tensão e particularizou ainda dizendo que Moçambique menos de 3% da população tem o controlo da sua doença. Tais comentários sustentam-se no (seu) pensamento sobre as desigualdades que verificam entre a zona urbana e as zonas rurais.
Falando dos dois padrões epidemiológicos vividos nas zonas rurais e urbanas, o Orador explicou que nas zonas urbanas predominam as doenças como a hipertensão, a obesidade, as diabetes, o tabagismo, que são resultantes da sedentarização, com formas de prevenção mais flexíveis que são feitas através dos telemóveis, disponibilidade de medicamentos e o combate a contrafacção, enquanto na zona rural há predominância de doenças como a cólera, altos níveis de mortalidade infantil, etc.
Como sugestões, Damasceno terminou o seu discurso propondo medidas de prevenção e adoção de políticas de saúde flexíveis, a formação de pessoal de saúde com qualidade e comprometidos com o desenvolvimento e no melhoramento da saúde.