A Universidade Lúrio (UniLúrio) realizou, no passado dia 29 de Março, a sexta cerimónia de graduação, das Faculdades de Engenharia (FE) e de Ciências Naturais (FCN), numa altura em que são libertos os primeiros graduados em Licenciatura em Engenharia Geológica.

Durante a cerimónia, o Magnífico Reitor da UniLúrio, Prof. Doutor Francisco Noa, aproveitou o momento para, em memória das vítimas do ciclone Idai e dos ataques contínuos em Cabo-Delgado, pedir um minuto de silêncio.

Francisco Noa explicou que a UniLúrio iniciou o ano mantendo e alargando os desafios que têm marcado a Instituição nos últimos anos, virados para a sua sustentabilidade e crescimento, tendo fortificado a ideia segundo a qual a FE e FCN surgem para dar respostas múltiplas e diversas aos anseios das comunidades, contribuindo nos projectos da indústria do petróleo e gás.

Olhando para a perspectiva do crescimento da instituição que dirige, Noa disse que “apesar de todos os constrangimentos, e adversidades sem fim e de vária ordem, a Universidade Lúrio, tem cumprido, de forma notória, o objectivo de colmatar não só as carências do ensino superior público na zona norte do país, mas sobretudo de reduzir os persistentes e manifestos desequilíbrios regionais, em Moçambique”.

Como ilustração, Francisco Noa mencionou algumas realizações, desde os mais de 1500 graduados e pós-graduados colocados no mercado, a subida dos ingressos de 483 de 2016 para 783 em 2019. E mais, dos 19 cursos oferecidos em 2016, a universidade passou a oferecer este ano 37 cursos, tendo se duplicado a oferta formativa. 

“Apesar de o nosso financiamento em termos de OE estar a decrescer acentuadamente nos últimos 4 anos (de um orçamento global, em 2015, de 431.000.000,00Mt, para um orçamento global, em 2019, de cerca de 360.000.000,00Mt, representando um decréscimo de cerca 71.000.000Mt, correspondente a 16.47%), a nossa instituição tem sabido contornar este enorme transtorno através da adopção de uma política interna de contenção e redução de despesas, angariação de receitas próprias com o aumento e diversificação dos cursos, prestação de serviços, participação em projectos de consultoria e alargamento da nossa base de parceiros” – Explicou. 

Olhando para a pesquisa, o Reitor fez saber que em termos de investigação científica, “se em 2015 tínhamos apenas 3 projectos, neste momento, em toda a universidade, e nas diferentes unidades, estão em curso 28 projectos de pesquisa científica”; aliado ao número de publicações científicas que aumentou significativamente, entre 2015 e 2019, tendo sido feitas 45 publicações de artigos em revistas de referência nas diferentes áreas. 

Como não poderia deixar de mencionar um dos “cartões-de-visita” da UniLúrio, Francisco Noa fez um olhar aos programas de Extensão, tendo destacado a importância “do nosso programa de bandeira” “Um Estudante, Uma Família”, o qual tem tido um grande impacto para a vida das comunidades e dos próprios estudantes.

Na voz do Governo, o Secretário Permanente, António Mapure, felicitou os graduados, tendo destacado a importância da UniLúrio naquela parcela do país, sublinhando que “o percurso da UniLúrio está marcado por realizações que mudam a vida da comunidade académica, para além de  concorrer para a melhoria das condições de vida das nossas comunidades”.

António Mapure, ao analisar a qualidade e o número dos cursos oferecidos na universidade, afirmou que a UniLúrio dispõe de meios para proporcionar oportunidades de formação aos residentes, transformar a capital da Provincial de Cabo Delgado numa região que acolhe jovens de viários pontos do país, reforçando a unidade nacional.

“De forma a criar maior dinamismo, alargar as áreas de acção e melhorar a preservação das espécies e do ambiente onde vivemos, encorajamos a UniLúrio a prosseguir com memorandos e acordos junto de empresas e entidades nacionais e estrangeiras, para o desenvolvimento da investigação e extensão” – rematou Mapure.

Numa altura em que estudantes da FE têm-se beneficiado de estágios internacionais com o apoio da multinacional norte-americana CB&I, em Londres e em Haia (Dinamarca), assim como da parceria com a Technip FMC, que permitiu que quatro estudantes (dois de engenharia civil e dois de engenharia mecânica) pudessem estagiar na indústria pesada da Samsung, na Coreia do Sul, a UniLúrio vai marcando passos ainda mais significativos rumo a um ensino cada vez mais de excelência.

Para o Director dos Serviços Académicos (DSA), Lucílio Beca, “esta sexta cerimónia de graduação da Faculdade de Ciências Naturais (FCN) e da Faculdade de Engenharia (FE) conta com um total de 41 graduados”, sendo 15 do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e 7 do Curso de Mestrado em Ecologia, ambos da FCN, enquanto a FE gradua 5 do Curso de Licenciatura em Engenharia Informática, 5 do Curso de Licenciatura em Engenharia Civil, 3 de Licenciatura em Engenharia Mecânica e 6 de Licenciatura em Engenharia Geológica (6). Tais números representam um total de 32 graduados do sexo masculino, contra 9 do sexo feminino.

No discurso que representava todos os graduados, podia-se sentir o clima de euforia, realização e felicidade, de quem diz “consegui”. Mas mais do que conseguir, é o privilégio de estar capacitado para responder às exigências do mercado do trabalho, impulsionando mudanças significativas, para o desenvolvimento do país.

“O grau adquirido hoje não significa superioridade, mas sim esperança de uma sociedade que clama a cada dia por mais profissionais. Somos e devemos ser a diferença no país, o que não significa dizer a todos que somos os melhores, mas a nós mesmos que somos capazes” - lê-se no discurso.

Tweet

• Anterior
• Seguinte