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Okamura fala sobre desastres naturais na UniLúrio

O Director do curso de Estudos de Mitigação de Desastres Naturais e Vice-Presidente da Sociedade japonesa de Geotecnologia, na Ehime University, Professor Mitsu Okamura, conversou, no último dia 29 de Março, no Pólo de Pemba, com a comunidade académica da Universidade Lúrio (UniLúrio), estudantes em particular, para discutir sobre “Desastres naturais: O papel das universidades na prevenção e mitigação dos seus efeitos”.

Chamado a apresentar o orador, o Magnífico Reitor da UniLúrio, ProfessorFrancisco Noa, começou por caminhar em volta da história, como forma de elucidaros feitos de Okamura, ao nível de participações emacções de resgate, assim como suas pesquisas sobre desastres naturais, entre outros.

É, segundo Francisco Noa, uma enorme oportunidade ter alguém como o Professor Mitsu Okamura, na UniLúrio, para conjuntamente “debatermos sobre os reais impactos e caminhos face aos desastres naturais que continuam a ser cada vez mais presentes em nossas vidas”.

  

Noa, olhando para a perspectiva de crescimento da universidade que dirige, mostrou-se entusiasmado e ao mesmo tempo convicto de que aquela seria uma oportunidade ímpar para a comunidade académica, com mais enfoque para os estudantes e/ou docentes, para que possam melhorperspectivar as suas acções e transformar seus conhecimentos em acções concretas que visem solucionar os diversos problemas enfrentados no país.

“Nós estamos a pensar em criar um centro especializado em desastres naturais” – explica Noa.

Por outro lado, o Secretário Permanente da província de Cabo Delgado, António Mapure, ao analisar o objecto proposto para debate, disse ser um tema oportuno, “pois leva-nos a uma profunda reflexão sobre o nosso papel para minorar os efeitos catastróficos das calamidades, particularmente nas regiões susceptíveis a estes fenómenos”.

António Mapure não deixou de destacar o facto de Moçambique estar a testemunhar os efeitos das alterações climáticas que vêm sendo referidos nos últimos tempos, tendo afirmado que tal fase veio deixar à descoberta algumas fragilidades do país, com a recente passagem do ciclone Idai, que teve o seu epicentro na cidade da Beira, deixando um rasto de destruição e perdas de vidas humanas, jamais vistas no país.

  

“Não bastam os prognósticos sobre alterações climáticas, é preciso acções enérgicas de mitigação e minimização dos seus efeitos, antes de eles acontecerem” – Frisou.

Indo mais longe, Mapure disse ser importante entender e estabelecer mecanismos que concorram para a previsão, prevenção e mitigação de riscos de desastres naturais, “pelo que desafiamos a Universidade Lúrio a contribuir decisivamente, através de pesquisas e extensão, para o desenho de estratégias e acções para minorar os impactos dos desastres naturais, nas cidades, vilas e aldeias da nossa provínciaem particular, e do país no geral”.

Indo na essência do tema, proposto para a aula inaugural, para as Faculdades de Engenharia (FE) e Ciências Naturais (FCN), Mitsu Okamura, começou agradecendo a universidade pela oportunidade, pois acredita que é em ambientes similares que se constroem bons debates e se encontram prováveis soluções para diversos problemas sociais.

  

Baseando-se nos (seus) trinta e um anos de experiência, Mitsu Okamura, e tendo em conta o facto de Japão ser um país com altos índices de desastres naturais, justificou o seu empenho em impulsionar mudanças, ajudando a desenhar estratégias para colmatar problemas, como é o caso das erupções vulcânicas registadas no anel do pacífico.

“Vocês podem pensar que Japão seja um país seguro, mas, se formos a regressar para o século 20 para cá, podemos perceber que mais de duas mil pessoas perderam suas vidas, devido as mudanças climáticas, cheias, ciclones” – explica, adicionando que Japão ainda continua sentindo os impactos da segunda guerra mundial que “castigou o nosso país”, com mais enfoque em Hiroshima (impactada pela bomba atómica) onde foram mortas mais de 140 mil pessoas, comparado com as mais de 70 mil mortas em Nagasaki.

Okamura explica que depois da segunda guerra mundial começaram estudos intensivos para melhor perceber os desastres naturais, olhando para sua prevenção, através de tecnologias. Nesse sentido, vários institutos têm tido apoio do Fundo do Governo para continuar com suas pesquisas.

Um facto não menos importante frisado por Okamura tem a ver com a qualidade ou o tipo das casas que muitos dos japoneses têm construído. Para ele, “nós como engenheiros soubemos que muitas vítimas foram mortas por suas casas, porque a sua construção não seguiu as normas e/ou padrões necessários”. Essa perspectiva, em parte, nos desafia a repensar, olhando para o contexto da Beira, sobre o tipo de casa por construir em zonas de maior risco, nos litorais, em particular, pois se formos a analisar o tipo de chapas usadas nas construções, pode não ser estratégico, resultando em casas sem tecto e mais do que isso, o material das construções – o que resulta no desabamento, por completo das casas.

  

“Foi por ver o sofrimento de muitas crianças recolhendo as ‘cinzas’ de suas famílias (no terramoto de 1995, em Kobe, em que morreram cerca de 6000 pessoas), que decidi dedicar a minha vida na prevenção dos desastres naturais” – remata, explicando que, face aos desastres naturais gigantescos, como o terramoto e o tsunami de 2011, em Fukushima, onde morreram 20000 pessoas,  o Governo Japonês decidiu, na altura, reduzir em 10% o salário dos funcionários por três anos, como forma de restaurar e reconstruir as áreas devastadas – tal facto motivou também as empresas privadas a afinar as economias, como forma de ajudar o país a desenvolver.

“Muitos japoneses envolvidos no processo se sentiram honrados e inspirados, pois acreditaram ser uma experiência de vida marcante em suas vidas” – disse.

Aquele orador disse que diferentemente de outras espécies, o Homem tem a capacidade de aprender e compreender (diversos aspectos) sem ter vivenciado. Tal pensamento surge como desafio na mudança de mentalidades, adopção de novas estratégias que colmatem os problemas vividos ao nível da “comunidade global”.

Olhando para o ciclone Idai, Okamura começou por dizer que viver em zonas susceptíveis a inundação “é o mesmo que levar o terror para a sua vida”, porque deixa as pessoas desconfortáveis e sempre alertas sobre um perigo iminente. E mais, aquele orador disse não ser preciso magia para mudar o mundo, pois temos em nós capacidade para impulsionar mudanças.

Falar sobre desastres naturais sempre foi e continua sendo um debate importante em Moçambique, tendo em conta a sua susceptibilidade à erosão, seca, cheias – factores que vão resultando, cada vez mais, das mudanças climáticas acentuadas e que certamente precisam de uma urgente intervenção de todos os actores sociais.

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