UniLúrio traça um novo futuro para mulheres das comunidades
Com lema “Comunidade Alerta para um Parto Seguro”, a Universidade Lúrio (UniLúrio), através das Faculdades de Ciências de Saúde (FCS) e de Arquitectura (FAPF), lançou nesta terça-feira, 10 de Setembro, na extensão do Hospital Geral de Marrere, a primeira pedra para construção da Casa Comunitária Mãe Espera, designada "Oyara Orera", que de entre vários assuntos visa pôr um fim às dificuldades que tem sido enfrentadas pelas parturientes, assim como criar bases para que as mulheres possam ter um parto seguro.
Explicando com mais detalhes, o Projecto Casa Comunitária Mãe Espera, surge no âmbito do programa “Um estudante, uma Família ”, desenvolvido pela Universidade Lúrio. Neste sentido, trata-se de uma proposta conjunta da FCS, FAPF e o Gabinete de Gestão de Infraestruturas (GAGIU), da UniLúrio, no âmbito da realização de actividades de extensão.
O projecto a ser executado em coordenação com o Hospital Geral de Marrere (HGM), a Arquidiocese de Nampula e o Comité de co-Gestão do Hospital, é mais um comprometimento da UniLúrio com a comunidade local, sendo que desta vez o laço universidade-comunidade será rubricado através da construção de um bloco anexo ao Hospital de Marrere que funcionará como Casa Mãe Espera.
Falando, em forma de abertura, às diversas mães presentes na ocasião, o Director da FCS, Celso Belo, sublinhou que o lançamento da pedra é um grande ganho que poderá beneficiar mulheres, respondendo a um pedido da comunidade - relactivamente aos problemas que vinham sendo enfrentados.
Para o Magnífico Reitor, Professor Francisco Noa, fazer um lançamento o género significa concorrer para o desenvolvimento sustentável das comunidades, assim como usar do conhecimento produzido na universidade, aliado as actividades de extensão, para impulsionar mudanças estratégicas, focadas em um conhecimento cada vez mais perto das comunidades, através, neste caso, de palestras que serão orientadas às diversas mulheres.
Francisco Noa salienta que "temos programas, através dos quais trabalhamos com as comunidades", mais na perspectiva de expansão e obtenção de novos conhecimentos que, através da componente científica, servem para introduzir melhorias significativas nas vidas das comunidades.
"Só existimos através da interacção com a comunidade" - rematou Noa, que usou-se do momento para destacar o facto de a UniLúrio estar a registar um crescimento cada vez mais acelerado, estando a se expandir nacional e internacionalmente.
Na mesma perspectiva, Iyara Mongo, Directora do HGM, mostrou-se satisfeita, porque segundo ela aquele evento, primeiro fortifica o comprometimento da universidade na resolução dos problemas localmente vividos e por outro lado servirá de luz face aos problemas enfrentados pelas parturientes.
Iyara Mongo explica-se melhor dizendo que "é algo que vínhamos pedindo há um tempo". Ademais, aquela Directora disse ser uma necessidade ter uma casa espera, para poder acompanhar as mulheres, em particular no seu último período de gestação.
Há na explicação de Mongo um sentimento não só de satisfação, como também de alívio, olhando para os "constrangimentos" que vem sendo enfrentados, no processo de ajuda às mulheres que vivem em zonas mais para o interior de Marrere, em particular.
Falando na voz de representante da Arquidiocese de Nampula, o Pe. Pedro Chiquebo começou fazendo um olhar para um novo futuro mais risonho, para as mulheres, no qual se poderá minimizar em grande escala as dificuldades que vem apoquentando as comunidades.
Segundo o Pe. Chiquebo a infraestrutura surge para "acolher as mamas, para que elas tenham um parto seguro", como também para garantir que as crianças nasçam num ambiente condigno.
Olhando, de forma sumária, para os aspectos técnicos, a infraestrutura terá uma extensão de 21 metros, sendo oito de largura. E mais, a ser terminada em Dezembro, a obra será feita com material local melhorado, podendo ainda recorrer-se a material para garantir um equilíbrio térmico, conjugado com uma ventilação natural.
O ponto importante a destacar é que vai ser usada, na obra, mão de obra local. Foi, na ocasião, assinado um Memorando de Entendimento entre os responsáveis do Projecto.