UniLúrio lança o primeiro Centro de Treinamento Virtual em Petróleo e Gás da África Austral
A Universidade Lúrio (UniLúrio) abriu, nesta sexta-feira, 13 de Agosto, uma nova etapa no processo de Ensino e aprendizagem, com a inauguração do Centro de Treinamento Virtual em Petróleo e Gás, sob tutela da Faculdade de Engenharia (FE), no Campus Universitário de Pemba.
Trata-se de uma infraestrutura que abre portas para um ensino cada vez mais dinâmico, excelente, e acima de tudo virado para as actuais realidades do mercado, fundamentando-se ainda na ideia [da universidade] de internacionalização, através de capacitação de profissionais que respondam às exigências internacionalmente definidas.
Situado no Campus Universitário de Pemba, o Centro de Treinamento (ora inaugurado), para além de ser o primeiro (do género) ao nível da África Austral, tem a particularidade de localizar-se em pontos estratégicos, tendo em conta o facto de Cabo-Delgado ser um ponto de crescentes descobertas dos recursos minerais.
Vislumbrado e satisfeito com o grande marco, o Magnífico Reitor da UniLúrio, Professor Francisco Noa, em forma de notas de boas vindas, começou dizendo que os doze anos da universidade são recheados de grandes marcos, fundamentados na realização de sonhos de muitos moçambicanos e "por estarmos a dar passos significativos para o desenvolvimento da universidade".
Francisco Noa que usou do momento para agradecer o apoio da General Electrics, "por nos dar uma oportunidade de melhorar a nossa condição de provedores públicos de conhecimento", disse que aquele suporte, focado para um área específica de conhecimento, será, nos próximos anos, a espinha dorsal do desenvolvimento de Moçambique, o que constitui um motivo de muito orgulho e muita responsabilidade.
"Na área de Petróleo e Gás estamos a firmar parcerias com as grandes companhias que vão investir nessa área, na província de Cabo-Delgado, em particular" - esclarece o Professor, acrescentando que o centro vai servir de um ponto forte no processo de ensino e aprendizagem, porque vai permitir uma melhor assimilação das matérias por parte dos alunos, assim como um melhor ensino e/ou práticas nas aulas que forem dadas pelos docentes.
Apesar de as aulas estarem programadas para o ambiente virtual, Noa acredita e explica que as competências a serem adquiridas serão reais e impactantes. Ademais, é mesmo nesta perspectiva de justificação da lógica do ensino, ao nível da Universidade que dirige, que Francisco Noa explicou que na UniLúrio "estamos, no momento, a definir aquelas que serão as linhas de crescimento para os próximos anos, e tais linhas casam-se com este Centro lançado".
Indo ao pormenor das linhas ora avançadas, o Reitor começa destacando a digitalização, que segundo ele passará a definir a universidade, porque "vamos digitalizar toda universidade, desde o ponto de vista financeiro até ao académico - o que vai nos dar mais capacidade de operacionalização na universidade".
Ao nível da segunda linha, Francisco Noa destaca o facto de que a universidade está focada em se tornar uma referencia, do ponto de vista de produção, divulgação e de aplicação do conhecimento. Aliás, Noa olha para o Centro de Treinamento como um contributo para alcançar tais metas, particularmente ao nível da FE.
"A terceira linha tem a ver com a relação com o mercado do trabalho. Neste sentido, queremos ser uma referência nacional, regional e internacional, como uma universidade que está comprometida com o mercado de trabalho e com a indústria" - esclarece confiante no futuro que espreita ao nível da primeira universidade sedeada no norte do país.
Na voz da General Electris (GE), o Eng. Ricardo Aboud, disse que "este centro de treinamento é uma instalação onde abrigamos vários protótipos dos principais equipamentos que compõem a cadeia de produção petroleira - vai desde a furacão de um poço marino até a planta de liquefação".
Tem-se como objectivo, com o centro, expor ao corpo docente, em primeiro, os princípios de funcionamento de cada um dos equipamentos, manutenção, operação, de maneira que a sua empregabilidade no posto do petróleo ou na planta seja infalível.
Ricardo Aboud foi mais ao detalhe e explicou que a ideia é que os equipamentos funcionem continuamente sem falha. Dentro desse contexto é que o centro foi montado, olhando para a fase em que a indústria se encontra em Moçambique - que á a fase inicial e posteriormente poderemos mudar para que se adeque a uma fase mais madura da industria.
Olhando para o tipo de profissionais que de lá se podem esperar, Aboud disse que "a industria é comum consumir engenheiros eléctricos, mecânicos (etc). No caso deste Centro, vamos formar engenheiros mecânicos e eléctricos."
"Não se constrói uma industria sem conhecimento e não se constrói conhecimento sem que haja investimentos. A Universidade, em Pemba, tem uma função primordial na formação do capital humano, que é principal capital do país em relação a uma indústria em processo de crescimento" - esclarece, acrescentando que é dentro desse contexto que a BH GE dá a sua contribuição - que marca a relação industria-universidade.
Olhando para questões mais técnicas, aquele representante da General Electrics explicou que no centro de formação, onde estão equipamentos de toda a cadeia de produção de hidrocarbonetos, desde o reservatório até a planta de liquefação, espera-se um treinamento moderno, virtual e sustentável.
Falando um pouco da General Electrics, Ricardo faz um olhar nos quatro pilares da organização que representa, sendo que a capacitação institucional é um foco permanente, no sentido de investir no capital humano. Em segundo plano olhou para as instalações, como forma de mostrar que um projecto inovador e promissor precisa de uma boa infraestrutura - tal pensamento faz ponte ao centro recém-inaugurado, que apresenta uma estrutura não só dinâmica, como moderna para melhor executar as actividades.
"Reiteramos o compromisso com a universidade, com o país e aproveitamos anunciar o nosso apoio, patrocínio para os Cursos Superiores Profissionalizantes, recém-lançados pela UniLúrio" - concluiu.
Para o Administrador do Distrito de Palma, Valgy Tawabo, a UniLúrio diferencia-se pelas boas práticas e passos significativos que vão consolidando o desenvolvimento do país. Tal perspectiva sustenta-se no facto, segundo ele, de a Universidade ter posicionado o país, através do lançamento do centro, ao nível da África Austral.
Valgy Tawabo , falando da exploração dos recursos naturais em Palma, em particular, considera que [o centro] vai servir para melhor regular a exploração interna dos recursos, fazendo com que os mesmos privilegiem a população local e nacional, em primeiro lugar.
"A nossa expectativa é de que o Centro contribua significativamente para a investigação cientifica e a produção do conhecimento para o desenvolvimento do país e da província" - expressou-se, adicionando que espera que o centro seja inclusivo. Ademais, aquele administrador acredita, crendo, que em breve, jovens de Cabo-Delgado, Palma e outros pontos do país estarão irmanados na aquisição de habilidades e capacidades para suprir as necessidades do mercado de trabalho, com a mão de obra qualificada.
Tendo reunido diversas personalidades, desde académicos, estudantes, parceiros (etc), o lançamento do centro contou ainda com a presença do representante do Governador, Rogério Jaime, quem olhou para aquele grande passo da universidade como "modernização dos laboratórios para melhoria de qualidade de educação".
Rogério Jaime acredita que "os desafios que temos na actualidade são enormes, pois com a cada vez mais crescente descoberta dos recursos minerais impõe-se-nos a responsabilidade de mão de obra qualificada e recursos tecnológicos disponíveis", daí que "iniciativas como estas devem ser abraçadas e só assim estaremos a contribuir para a formação de uma mão de obra qualificada para as nossas empresas".
"Este centro é uma infraestrutura valiosa, com garantia de que num futuro breve mais cursos se beneficiem de laboratórios e centro de treinamento devidamente equipados" - aponta, deixando, aos docentes e estudantes, uma palavra de apreço para um uso correcto dos equipamentos, do centro - para que os futuros estudantes também tenham acesso aos equipamentos a medio e longo prazo.