Docente da UniLúrio e cientistas brasileiros desenvolvem o primeiro estudo que demonstra o potencial preditivo da proteína TREM-1 solúvel na mortalidade em pacientes HIV/SIDA
Um docente da Univesidade Lúrio integra um grupo de cientistas brasileiros que acabam de desenvolver o primeiro estudo no mundo que demonstra o potencial preditivo da proteína da célula Mielóide 1 (TREM-1) solúvel na mortalidade em pacientes HIV/SIDA.
Trata-se de João Viriato Mazalo quadro da Univesidade Lúrio afecto na Faculdade de Ciências de Saúde. A nova descoberta encontra-se contida numa dissertação de Mestrado em Ciências de Saúde, Linha – Pesquisa Clínica e Saúde Pública subordinado ao tema: Proteína TREM-1 solúvel como preditor de mortalidade em pacientes HIV/SIDA internados: uma coorte prospectiva.
O trabalho a que tivemos acesso sustenta que no mundo “ainda não se conhecia o potencial preditivo da proteína sTREM-1 na mortalidade em pacientes HIV. Partindo desse pressuposto, realizou-se um estudo de coorte prospectivo em pacientes maiores de 18 anos internados na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT – HVD) no estado do Amazonas - Brasil, com o objectivo de avaliar pela primeira vez o potencial preditivo da proteína sTREM-1 na mortalidade em pacientes HIV/SIDA”.
É a primeira vez que um estudo demostra que os níveis séricos altos do sTREM-1 estão relacionados com o maior risco de mortalidade em pacientes HIV, sugerindo que para além das concentrações altas do sTREM-1 serem um prognóstico para gravidade da doença e mortalidade, podem também ser úteis para o monitoramento de casos de HIV, tendo em conta que as concentrações podem indicar a evolução do quadro clínico.
Recorde-se que a pesquisa foi possível graças ao financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e apoio dos cientistas brasileiros que fazem parte do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica na Amazônia (PROCAD).
O docente João Viriato Mazalo explicou que “um dos principais obstáculos para alcançar a cura do HIV em indivíduos infectados, são os reservatórios virais, responsáveis pelo rebote viral em indivíduos que interrompem a terapia antirretroviral (TARV). Portanto, considerando que o macrófago é um reservatório viral, e activação do TREM-1 prolonga a sobrevivência dos macrófagos, então o bloqueio do TREM-1 pode ser um novo alvo terapêutico para eliminar os reservatórios do HIV” disse, acrescentando que “há necessidade de realizar posteriores estudos com objectivo de “Investigar o TREM-1 solúvel como um potencial novo alvo terapêutico para eliminar os reservatórios do HIV”.
João Viriato Mazalo é docente do curso de optometria na FCS.